28 de abril de 2006

FERIADO

Feridão e eu em frente à TV. E a TV só pegava três canais e, como não dá pra tomar cerveja o tempo inteiro, me vi assistindo a Globo nos horários mais inusitados.

Não importa o horário. Tem sempre um garotão malhado de cabelo engraçado que se comunica num vocabulário básico de quatro expressões: ?aê/galera/do Bem/olha só?. Ele está no Sítio do Pica Pau, na Malhação, nas novelas das seis, sete e nove; no Jornal Nacional, no Jornal da Globo, no Faustão e no Fantástico. Periga de ser um só.

Qualquer texto tem sempre uma ?galerinha? que ?vem? ?arrebentando? com ?muita emoção?. No Jornal Nacional: a galerinha da oposição vem arrebentando com muita emoção na CPI dos Bingos. No Fantástico: a galerinha que matou pai e mãe vem arrebentando com muita emoção na delegacia. Na Sinhá Moça: a galerinha da senzala vem arrebentando com muita emoção debaixo da chibata.

As novelas de época parecem uma festa a fantasia cheia de garotões malhados de cabelos engraçados visivelmente desconfortáveis por serem obrigados a usar mais de duas peças de roupa (estou contando o chinelo).

As novelas infantis parecem escritas, produzidas e dirigidas por donos de antiquário, decoradores ou cabeleireiros.

O Zorra Total é uma estatal do humor: cada esquete tem pelo menos 50 pessoas em cena. E nenhuma delas tem graça.

A Regina Casé é uma espécie de Bolsa Família que fala e anda.

Todo mundo que vai ao Faustão é sempre uma grande figura humana, admirado por todos os seus colegas da Globo, um exemplo de cidadão íntegro, extremamente talentoso, grande vendedor de discos e que sabe fazer ao vivo. O problema é que faz em público.


BOM FERIADO....ABRAÇOS

DR X

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